Dieta e sintomas do TDAH, entenda a relação entre nutrientes e o transtorno

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O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) afeta milhões de crianças e adultos em todo o mundo, causando dificuldades na concentração, impulsividade e hiperatividade. O tratamento convencional, que inclui medicamentos e terapia comportamental, é eficaz, mas muitas pessoas buscam abordagens complementares, como a nutrição, para ajudar a controlar os sintomas.

Mas será que a alimentação realmente pode fazer diferença? Estudos recentes indicam que hábitos alimentares equilibrados e ricos em nutrientes essenciais podem influenciar positivamente o funcionamento do cérebro e até amenizar alguns sintomas do TDAH. Por outro lado, dietas ricas em ultraprocessados, açúcares e corantes artificiais estão associadas a um maior risco de hiperatividade e dificuldades cognitivas.

A PlexNutri analisou as principais evidências científicas para entender como a dieta pode impactar o TDAH e quais alimentos e suplementos podem ser aliados nesse contexto. Será que realmente existe uma “dieta ideal” para quem tem TDAH? E quais nutrientes fazem a diferença? Continue lendo para descobrir.

Relação entre Dieta e TDAH: O Que a Ciência Diz?

O impacto da alimentação no TDAH tem sido um tema de diversos estudos científicos. Enquanto o tratamento convencional se baseia no uso de medicamentos estimulantes, como metilfenidato e anfetaminas, cada vez mais pesquisas apontam que a dieta pode influenciar os sintomas.

Um estudo publicado no Pediatrics sugeriu que crianças que consomem menos frutas, vegetais, peixes e grãos integrais e que abusam de fast food, doces e refrigerantes têm maior chance de apresentar sintomas do TDAH Ríos-Hernández, 2017.

Outro estudo, publicado no PLoS One, analisou os efeitos de diferentes intervenções dietéticas em crianças com TDAH e concluiu que dietas ricas em gorduras saudáveis, proteínas e alimentos integrais podem ajudar na regulação da atenção e do comportamento.

Por outro lado, há fortes indícios de que alimentos ultraprocessados, ricos em corantes artificiais e conservantes podem agravar sintomas como hiperatividade e impulsividade. O Neurotherapeutics Journal indicou que corantes como tartrazina (E102), vermelho allura (E129) e amarelo crepúsculo (E110) podem aumentar sintomas de hiperatividade em crianças predispostas ao TDAH Arnold, 2012.

Qual a melhor abordagem?

Embora a nutrição por si só não seja um tratamento substitutivo para o TDAH, ela pode auxiliar na regulação neuroquímica do cérebro e otimizar o efeito dos tratamentos convencionais. Alguns nutrientes se destacam como aliados importantes, enquanto outros componentes devem ser evitados. Nos próximos tópicos, vamos explorar quais alimentos e suplementos podem beneficiar quem convive com o TDAH.

Dietas e TDAH

A alimentação tem um impacto significativo nos sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Estudos apontam que uma dieta rica em alimentos naturais e integrais pode ajudar a melhorar o foco e a impulsividade, enquanto o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, açúcares refinados e aditivos artificiais pode agravar os sintomas (Pelsser et al., 2017).

Dietas Específicas e Seus Efeitos no TDAH

Entre os padrões alimentares estudados, três dietas se destacam como possíveis aliadas no controle dos sintomas do TDAH:

  • Dieta Mediterrânea: Rica em peixes, azeite de oliva, vegetais e grãos integrais, essa dieta tem sido associada a menores taxas de TDAH e melhor regulação da dopamina, essencial para foco e atenção (Ríos-Hernández et al., 2017).
  • Dieta com Baixo Índice Glicêmico: Alimentos que mantêm níveis estáveis de açúcar no sangue, como quinoa, batata-doce e proteínas magras, ajudam a evitar oscilações de energia e comportamento impulsivo.
  • Dieta de Eliminação: Para alguns indivíduos, remover laticínios, glúten e corantes artificiais pode reduzir hiperatividade e melhorar a atenção, especialmente em crianças com sensibilidade alimentar (Pelsser et al., 2011).

Embora não exista uma dieta única e definitiva para o TDAH, evidências sugerem que reduzir aditivos artificiais e priorizar alimentos naturais pode melhorar a qualidade de vida de quem convive com esse transtorno.

Jejum e TDAH

Jejum Intermitente e TDAH: Benefícios e Riscos: O jejum intermitente pode melhorar o foco e a atenção em algumas pessoas com TDAH. Durante o jejum, o corpo produz cetonas, que são uma fonte eficiente de energia para o cérebro, além de aumentar a sensibilidade à dopamina, um neurotransmissor essencial para a concentração. Estudos sugerem que essa estratégia pode estimular a neurogênese e otimizar a função cerebral Mattson et al., 2018.

Por outro lado, o jejum pode aumentar a impulsividade alimentar, um fator já desafiador para quem tem TDAH. Após longos períodos sem comida, há maior tendência à compulsão e desejos intensos por alimentos calóricos. Além disso, o jejum pode elevar os níveis de cortisol, piorando a irritabilidade e a desregulação emocional.

Outro ponto de atenção é que certos tipos de jejum podem estar associados a maior risco de doenças cardiovasculares e aumento da ansiedade. Para algumas pessoas com TDAH, o estresse metabólico causado pelo jejum pode ser um fator negativo.

O jejum intermitente pode ser útil para melhorar a clareza mental, mas não funciona para todos. Se você quer testá-lo, comece de forma gradual. Para quem já lida com descontrole alimentar ou altos níveis de estresse, o melhor é uma alimentação equilibrada e constante.

Nutrientes para o cérebro no TDAH

O cérebro de uma pessoa com TDAH tem diferenças bioquímicas em relação a indivíduos neurotípicos, especialmente nos níveis de dopamina e noradrenalina. Certos nutrientes podem ajudar a otimizar essas funções e melhorar a concentração, impulsividade e regulação emocional.

1. Ômega-3

Os ácidos graxos ômega-3 são essenciais para a saúde cerebral. Estudos indicam que crianças e adultos com TDAH frequentemente apresentam níveis mais baixos desse nutriente no organismo. O ômega-3 ajuda na produção de dopamina e serotonina, neurotransmissores que regulam humor, foco e impulsividade.

  • Fontes naturais: Peixes gordurosos (salmão, sardinha, atum), sementes de chia, linhaça e nozes.
  • Suplementação recomendada: 500 mg a 1.000 mg/dia de DHA e EPA combinados para crianças e adultos.

2. Ferro

O ferro é essencial para a produção de dopamina e outras funções cerebrais. Pesquisas apontam que baixos níveis de ferro estão associados a sintomas mais intensos de TDAH, como hiperatividade e dificuldade de foco Bener, 2014.

  • Fontes naturais: Carnes vermelhas, fígado, espinafre, lentilha e feijão.
  • Suplementação recomendada: Apenas em casos de deficiência comprovada, com orientação médica.

3. Zinco

O zinco desempenha um papel fundamental na regulação da dopamina, ajudando na modulação do comportamento impulsivo e na capacidade de foco. Um estudo indicou que crianças com baixos níveis de zinco tiveram pior desempenho neuropsicológico Sandstead, 1998.

  • Fontes naturais: Ovos, carne bovina, frango, castanhas e sementes.
  • Suplementação recomendada: 8 mg/dia para crianças e 11 mg/dia para adultos, caso haja deficiência.

4. Magnésio

O magnésio está envolvido na regulação do sistema nervoso, ajudando a diminuir sintomas como irritabilidade, insônia e impulsividade. Baixos níveis de magnésio são comuns em crianças com TDAH, mas a relação entre suplementação e melhora dos sintomas ainda precisa de mais pesquisas.

  • Fontes naturais: Abacate, banana, nozes, grãos integrais e vegetais folhosos.
  • Suplementação recomendada: 80 mg a 240 mg/dia, conforme a idade e necessidade individual.

5. Vitaminas do Complexo B (B6, B9 e B12)

As vitaminas do complexo B são essenciais para o metabolismo de neurotransmissores, incluindo serotonina, dopamina e noradrenalina. A deficiência dessas vitaminas pode agravar os sintomas do TDAH.

  • Fontes naturais: Carne, ovos, leite, feijão e vegetais verde-escuros.
  • Suplementação recomendada: Se houver deficiência, a suplementação de B6 (1-2 mg/dia), B9 (400 mcg/dia) e B12 (2,4 mcg/dia) pode ser benéfica.

O que deve ser evitado?

Enquanto alguns nutrientes são essenciais para melhorar a cognição e reduzir sintomas, certos alimentos e aditivos podem piorar a hiperatividade e impulsividade.

Corantes e conservantes artificiais

Estudos apontam que aditivos como tartrazina, vermelho allura e amarelo crepúsculo podem agravar a hiperatividade e o comportamento impulsivo.

Açúcar refinado e carboidratos simples

Apesar de a relação entre açúcar e TDAH ainda ser debatida, há indícios de que picos glicêmicos desregulam os neurotransmissores, causando irritabilidade e desatenção.

Cafeína em excesso

A cafeína pode ter efeitos estimulantes positivos para algumas pessoas com TDAH, mas seu excesso pode causar ansiedade e piorar a insônia, um sintoma comum do transtorno.

PlexNutri

A alimentação pode ser uma grande aliada no manejo do TDAH, embora não substitua os tratamentos convencionais. Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes essenciais e pobre em ultraprocessados, pode ajudar na regulação do foco, impulsividade e humor.

O que a PlexNutri recomenda?

  • Aposte em alimentos ricos em ômega-3, ferro, zinco, magnésio e vitaminas do complexo B para garantir um suporte adequado ao cérebro.
  • Evite corantes artificiais, açúcares refinados e conservantes que podem piorar os sintomas.
  • Se necessário, considere a suplementação de nutrientes com base em exames laboratoriais e orientação profissional.

Embora mais estudos sejam necessários, evidências atuais mostram que ajustar a alimentação pode ser um complemento eficaz no controle do TDAH, ajudando a melhorar a qualidade de vida de crianças e adultos.

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